23 setembro, 2011

Criança sofre, ou não

Procurando a foto para a postagem da primavera achei uma frase no google: 'recebe as flores que lhe dou...' Se você sabe de que música estou falando, deve ter a mesma idade que eu!

Não resisti e fui atrás, pois esta música me marcou muito. Quando eu tinha uns cinco anos, fui à feira com a minha avó paterna, devia ser na semana do dia dos namorados, pois esta música tocava o tempo todo. Como sou auditiva, com certeza desde criancinha, aprendi a bendita da música e nunca mais a esqueci.

Outros fatos estranhos, relacionados a música aconteceram comigo. Quando tinha uns nove anos descobri a fita cassete e o rádio do meu pai. Era um sacrifício fazer pegar em alguma estação, mas, como eu era encantada com o som que saía de lá, tentava, tentava, até conseguir. Eu adorava ouvir música, mas tinha pavor de nunca mais poder ouví-las, então, gravava tudo, música por cima de música, queria todas as músicas para mim (sim, naquela época criança era bem bobona aos nove anos, bem diferente de hoje, hahaha). Coitado do meu pai, que ficou sem fitas que ele adorava!

Outra terrível era uma vinheta de rádio que parecia uma assombração da qual eu tinha pavor.

Pavor foi fazer minha vó materna ouvir um milhão de vezes "Yes" do Tim Moore, uma música, nem era música, que o cara só falava yes, ye, yes, o tempo todo. Coitada!!!

Tenho lembrado muito de uma música que ouvia na infância, do Roberto Carlos, só lembro do refrão: "quando as crianças saírem de férias, talvez a gente possa então se amar um pouco mais", nossa, não entendia porque estava lembrando desta música, que antes não fazia o menor sentido... Foi aí que comecei a lembrar que dos quatro aos cinco anos ouvi o mesmo disco do Roberto o ano todo. Quer dizer, eu não, minha mãe. Tinha a música do cachorro que sorria latindo e um monte de coisas estranhas que eu não entendia. Ah, agora entendo porque vivi um branco de Roberto Carlos na adolescência e só relembrei disso tudo agora...

Nossa, isso tudo fora as pirações com minha irmã do meio por não entendermos as letras das músicas. Pirávamos para entender por que o sujeito tocava de bíquini sem parar (Cláudio Zoli, Noite do Prazer: tocando B.B.King sem parar), e um tal de Milton Nascimento mega louco jogando a vó na estrada (Travessia: solto a voz na estrada...)!

Estas coisas todas me fazem pensar como as crianças sofrem com o seu mundo de Bob sem contar para ninguém as elucubrações que vão por suas cabecinhas. Lógico que hoje elas estão mais espertas, mas mesmo assim é bom ficar de olho e de ouvido.

Mas nem tudo foi perdido. Foi nesta época que ouvi o Tears For Fears pela primeira vez, e me encantei completamente, enfim vou vê-los, mas isto é outra história, para depois do show!!!

Talvez,as crianças nem sofram tanto assim...

P.S.: não, esta música não vai para o livrinho da Sophia. 

Ah, ficou querendo ouvir a música? Então, aí vai:

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