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| Semana Mundial do Brincar alerta adultos sobre a importância deste direito fundamental das crianças |
Uma semana mundial dedicada à discussão sobre a importância do brincar, só este fato, demonstra a importância desta atividade infantil.
Há tempos queria escrever sobre este assunto, ainda não será da forma como quero, pois tenho mais dúvidas do que respostas... mas, enquanto isto, veja a divulgação da semana e outros conteúdos sobre o tema clicando aqui. Abaixo segue um pouco das minhas elucubrações sobre o tema.
Parece que este direito infantil é mal compreendido por pais, escola e sociedade, mas, quem não se lembra da festa e felicidade que era brincar na rua, com os vizinhos, primos ? Quantas descobertas e alegria. Da lembrança mais doce desta época lembro da chuva das cinco. Impreterivelmente, às 17 horas - em determinada época do ano, que como criança não sabia qual era – caía uma chuva linda, forte, cheirosa - cheiro de terra molhada - que durava de cinco a dez minutos, para a qual corríamos para brincar com ela. Ou inventávamos de ir ao mercado para a encontrarmos e assim brincar de pular em poças de lama, uma delícia!
Bem você pode dizer que eram outros tempos, hoje tem a violência, os eletrônicos, famílias menores, falta de tempo, preconceito sexual (menino pode isso, menina não pode aquilo, e vice-versa), desconhecimento sobre o tema, etc, etc, etc, diversos são os aspectos que atrapalham esta atividade tão essencial ao desenvolvimento dos pequenos.
Parece que as pessoas não sabem, mas é brincando que a criança se desenvolve em diversos aspectos (físico, intelectual, neurológico, emocional, afetivo, etc). Acompanhando o livro "A vida do bebê", escrito pelo doutor Rinaldo De Lamare, que traz mês a mês o que devemos observar para identificar se a criança está se desenvolvendo bem (Tópico: O Desenvolvimento da Inteligência), algumas dicas me alertaram para a importância do brincar:
- atirar objetos: dito e feito, minha filha e outras crianças conhecidas viviam lançando as coisas que tinham à mão, ela adorava jogar todas as bolinhas da piscina para fora; quantas crianças não apanham por estarem se desenvolvendo bem? Deixávamos a Sophia jogar tudo para todo lado, depois ‘brincávamos’ de ‘guardar os brinquedos'. Hoje ela pega para brincar, depois guarda os brinquedos dela.
- empurrar com as mãos: ao ler entendi porque tudo o que a Sophia pegava ela fazia como se estivesse com um carrinho, pensei até em presenteá-la com um;
- chutar indica que a criança está adquirindo equilíbrio: isto demonstra que jogar bola é muito mais do que um investimento profissional futuro. Já observou quanto tempo leva para os pequenos conseguirem lançar a bola com as mãos?
E os meninos? Neste livro descobri também que para diminuir a sensação de abandono e separação da mãe podemos dar um bicho de pelúcia, um boneco, algo que a criança possa substituir a imagem/presença da mãe e assim sentir-se mais acolhida. O quanto o fato de não deixarmos os meninos brincarem com as coisas do dia a dia (cuidado com crianças, cozinha, limpeza do lar, etc) tem os afetado na vida adulta: dependência, nenhuma autonomia, agressividade, violência contra as mulheres, e tantas outras mazelas?
Enfim, são lacunas que devemos buscar preencher, pois nos preocupamos tanto em trabalhar cada vez mais para ter mais dinheiro e pagar muitos cursos para nossos filhos serem bem sucedidos profissional e financeiramente, que talvez estejamos perdendo a oportunidade simples e possível de ajudá-los, de verdade, a serem pessoas felizes agora, e por conseqüência, ao longo da vida; afinal, só podemos brincar com eles como crianças, agora, enquanto eles são crianças, um tempo ínfimo de apenas sete anos. Já pensou nisto?
