23 setembro, 2011

Uma joia de luz inspira outra

As alminhas já vêm ao mundo com todo o seu potencial, explico.

Tenho uma priminha, a Alice, com a qual sou encantada desde a primeira vez que a vi. Ela parecia um anjo, com cerca de oito meses, ela era muito dócil, só sorria para todos que chegavam e já se alimentava sozinha, a coisa mais linda. A Alice é a primeira bisneta da família do meu marido, a Sophia será a segunda. Conheci a Alice quando fui contar para a família do meu marido que estávamos grávidos, e ela me conquistou.

Fiquei encantada com ela e com a mãe dela que disse que ela teve de ter paciência para deixar a Alice aprender a se alimentar, pois a bagunça era grande. Valeu à pena, pois com oito meses ela pegava  o copinho, os alimentos e se virava, uma graça. Sempre que encontro a Alice penso: quero uma criança assim: livre, feliz, risonha. Parte disto é da natureza dela, mas a outra parte, com certeza veio do auxílio e do respeito da mãe para com ela.

É uma joia de luz inspirando outra!

Criança sofre, ou não

Procurando a foto para a postagem da primavera achei uma frase no google: 'recebe as flores que lhe dou...' Se você sabe de que música estou falando, deve ter a mesma idade que eu!

Não resisti e fui atrás, pois esta música me marcou muito. Quando eu tinha uns cinco anos, fui à feira com a minha avó paterna, devia ser na semana do dia dos namorados, pois esta música tocava o tempo todo. Como sou auditiva, com certeza desde criancinha, aprendi a bendita da música e nunca mais a esqueci.

Outros fatos estranhos, relacionados a música aconteceram comigo. Quando tinha uns nove anos descobri a fita cassete e o rádio do meu pai. Era um sacrifício fazer pegar em alguma estação, mas, como eu era encantada com o som que saía de lá, tentava, tentava, até conseguir. Eu adorava ouvir música, mas tinha pavor de nunca mais poder ouví-las, então, gravava tudo, música por cima de música, queria todas as músicas para mim (sim, naquela época criança era bem bobona aos nove anos, bem diferente de hoje, hahaha). Coitado do meu pai, que ficou sem fitas que ele adorava!

Outra terrível era uma vinheta de rádio que parecia uma assombração da qual eu tinha pavor.

Pavor foi fazer minha vó materna ouvir um milhão de vezes "Yes" do Tim Moore, uma música, nem era música, que o cara só falava yes, ye, yes, o tempo todo. Coitada!!!

Tenho lembrado muito de uma música que ouvia na infância, do Roberto Carlos, só lembro do refrão: "quando as crianças saírem de férias, talvez a gente possa então se amar um pouco mais", nossa, não entendia porque estava lembrando desta música, que antes não fazia o menor sentido... Foi aí que comecei a lembrar que dos quatro aos cinco anos ouvi o mesmo disco do Roberto o ano todo. Quer dizer, eu não, minha mãe. Tinha a música do cachorro que sorria latindo e um monte de coisas estranhas que eu não entendia. Ah, agora entendo porque vivi um branco de Roberto Carlos na adolescência e só relembrei disso tudo agora...

Nossa, isso tudo fora as pirações com minha irmã do meio por não entendermos as letras das músicas. Pirávamos para entender por que o sujeito tocava de bíquini sem parar (Cláudio Zoli, Noite do Prazer: tocando B.B.King sem parar), e um tal de Milton Nascimento mega louco jogando a vó na estrada (Travessia: solto a voz na estrada...)!

Estas coisas todas me fazem pensar como as crianças sofrem com o seu mundo de Bob sem contar para ninguém as elucubrações que vão por suas cabecinhas. Lógico que hoje elas estão mais espertas, mas mesmo assim é bom ficar de olho e de ouvido.

Mas nem tudo foi perdido. Foi nesta época que ouvi o Tears For Fears pela primeira vez, e me encantei completamente, enfim vou vê-los, mas isto é outra história, para depois do show!!!

Talvez,as crianças nem sofram tanto assim...

P.S.: não, esta música não vai para o livrinho da Sophia. 

Ah, ficou querendo ouvir a música? Então, aí vai:

Primavera: cada flor perfuma e embeleza a seu tempo

Ouvi esta frase uma vez na Brahma e achei a coisa mais linda: cada flor tem seu tempo de perfumar e embelezar.

Hoje, sendo o início da primavera lembrei da frase e fiquei me perguntando se estamos deixando que cada um floresça e perfume ao seu tempo, ou seja, estamos respeitando o outro? Principalmente nossos filhos e companheiro, que são os mais próximos de nós?

Vou dar um exemplo raso - para dizer o mínimo - sobre isso. Logo que casei dei uma gata para o meu marido, de presente de aniversário, a Pandora, pois ele queria muito. Eu nunca tinha cuidado de um bicho, mas encarei a experiência. Então, comecei a observar que ela tinha a personalidade e o jeito dela, assim, fui sendo conquistada e conquistando-a aos poucos. Depois, veio a Lakshimi, a minha gata. Que era  diferente da Pandora e ainda estou sendo conquistada e tentando conquistá-la.

O interessante nesta história é que sempre brincamos: a Pandora é o pai, e a Lakshimi é a mãe, todinha. Um dia eu disse: vamos parar com isso, vamos deixá-las serem do jeito que elas são!!! Aí paramos para pensar sobre o assunto. Não deixamos de dizer isso completamente, mas passamos a respeitá-las mais.

E você pode se perguntar "mas e o que isso tem a ver com filhos?", para mim não tem diferença: é um serzinho que chega e você não conhece, não sabe como é, o que prefere, do que gosta. A tentação de rotulá-lo é enorme, e transformá-lo num bonsai é fácil. Um serzinho mutilado (pode ser bonitinho, mas é isto que um bonsai significa para mim, com todo respeito à cultura que o criou), fácil, fácil.

Bem, a ideia aqui é pensar em como respeitar o tempo de cada um, se alguém tiver ações práticas, agradeço, pois imagino que este será um exercício/aprendizado para toda a vida.

01 setembro, 2011

O homem e a maternidade

Tenho as ideias mais estranhas sobre opiniões já consolidadas, uma delas era: mãe é tudo; mãe é um ser perfeito e acima do bem e do mal; sempre achei que não, que não era bem assim, enfim...

Ao engravidar percebi que, de fato, nós éramos meros objetos do milagre de Deus. Afinal não podíamos nem nos comparar a uma planta, a qual para nascer é plantada uma semente e regada, cuidada até aparecer a folhinha. Com um filho, participamos de alguns minutos da criação e depois tudo acontece como mágica, ou milagre... você não faz mais nada.

Comentando isso com meu marido ele, de forma muito sensível, respondeu: "não, não é assim, vocês, mulheres não são meros receptáculos, vocês fazem o mais importante, permitem ou não!". Esta foi a primeira coisa mais bonita que ouvi na gravidez!

Eu na minha frieza, achei que mulher até dava uma força mas nem era tudo isso, assim do jeito como pintam: mãe é padecer no paraíso; meu fliho e nada mais; faço qualquer coisa pelo meu filho e por mais ninguém; enfim, respeito, só me parecia estranho...

Eu achava que deveria ser dividido em 50%, e continuei pensando como se sente um homem a respeito da chegada de uma criança, afinal tudo é a mulher, para a mulher, a respeito da mulher. Imaginei que se fosse ao contrário eu ficaria p da vida! Além disso, será que não dá para pensar que o homem não é uma planta, que ele tem sentimentos e também faz parte da maternidade?

Não estou levantando bandeira nenhuma, mas sempre brinco que se o mundo está como está a responsabilidade é da mulher, pois a educação passa por ela. Além disso, vejo um jogo muito louco: a mulher faz tudo pelo filho, e o homem cresce dependente, perdido, sem autonomia, depois a mulher reclama, mas quem ensinou, quem não deixou o pai participar? Lógico que devemos tirar as generalizçaões e este assunto deveria ser mais conversado, ao invés de ignorarmos fingindo que está tudo bem. Vale a reflexão.